sexta-feira, 20 de março de 2015

Dilúvio


O céu está fechando
Não dará tempo,
Não alcançarei o paraíso.
Tentarei me contentar.

Estamos em pé,
O dilúvio já passou,
Os falsos caíram
O inferno não nos espera.

Mas então quem espera?
Não restou lugar, só vazio
Estou vazio, anseio voar
Quero sentir a brisa tocar minha pele

Teus lábios se movem tão lentamente
Seu olhar se confunde com o mundo
Eu vejo dor, ódio, angústia
Isso realmente te pertence?

Deixamos a poeira de lado
Já as deixei na janela
O vento vai bater e levá-la
Outro dia, quem sabe

Vivo com meus demônios
Não estou com medo
Não estou abandonado
Estou comigo, e muitas almas

Alma, não sei onde está
Não sei se sou, ou se foi
Não sei se olho para fora do túmulo
Ou se olho para dentro dele

Sem Graça à Oeste
Nada está norteando a vida
Mas o vento ainda segue seu ritmo
E os mares ainda carregam o lixo do mundo

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