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segunda-feira, 29 de junho de 2015
Eu escrevo...
Eu escrevo...
Escrevo e me recordo
que nada nesta vida
teria mesmo ocorrido
sem a corrente força
da Tua graça e glória
Eu escrevo...
Sabendo que amanhã
posso não mais aqui estar...
posso não mais presenciar...
essas almas várias
que me rodeiam
e me alegram
Eu escrevo...
Sem medo de ser injuriado
Sem medo de ser imperfeito
Sem medo de ser apenas
mais um neste mundo
cujo sonho foi espalhar
uma poesia no pensar
um sorriso no olhar
e uma compreensão no falhar
Eu escrevo...
Para todos aqueles
que mentem para si mesmos
que usam máscaras nas fotos
e não têm coragem
de expressar a amargura
que cresce como câncer
em suas gigantescas sombras
por detrás dos holofotes
Eu escrevo...
Para ser lido apenas...
Para ajudar apenas...
Nunca para ser reconhecido
Porque de nada adianta
poesia para um poeta
se aqueles que o rodeiam
só batem palmas para uma rima
e gozam de prazer com uma métrica
sem que disto resulte
a cura de uma alma
e um aconchego plural
Eu escrevo...
Largando de lado
meus estudos
minha família
meus amigos
meu irmão...
Para mostrar
a você e a mim
aquilo que Deus quer que saibamos
aquilo que a alegria é capaz de alcançar
aquilo que a tristeza hesita em revelar
e aquilo que os maus se irritam em ouvir
Eu escrevo e agradeço
por poder fazer parte
dessa frágil missão
a que me foi concedida
Essa missão de viver
tão complexa
tão difícil
e tão valiosa.
Autoria de Leonardo Tomigawa Aguni
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sábado, 27 de junho de 2015
Outono é azul
Abaixo da camurça decifrei seus tons pardos
Então o cervo pastava em passos mansos
A corrente vazia do vento tocava-me acima dos escombros
Acerca dos sonhos solitários culpa-se por estar sobre o chão
E sobre as nuvens também garoa, quanta estupidez
Brilho lúgubre do orvalho com cheiro de vazio, tumulto inerte
Mas todos fizeram sentido, e o sol se pôs, não atrás da colina
Dor já não é mais rotina, é alma, é ama, é sentida
E sentimos, e sentimos. Deixe-me senti-la, ajude-me
Tudo revelou-se azul, minha pele já pertencia ao inferno, sim
O rei mandou minha cabeça para a lagoa da sereia, e ali pereci
Fale tudo sobre, reine sobre o nada, meu senhor
E tudo revelou-se azul, minha voz já sumia com o vento
Mas que tragédia atrás de nós, como virei para olhar?
E então já não nadamos, já estamos nas profundezas
E não afogamos, as ondas trazem, as ondas trazem
Está cheia de desesperança, quente perante a lareira
Fria...
E tudo revelou-se azul... por dentro
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terça-feira, 23 de junho de 2015
O dom da solidão
Voltamos para o mesmo buraco novamente
Você me rejeitaria três vezes?
Faça, não há mérito para honrar
E já estamos livres, a um passo do horizonte
Mas não somos, ninguém morreu, a casa está vazia
Poderia te falar onde me encontrar
Mas não importa, não importa, deixe ir
E a cada queda eu me compreendo velho
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sábado, 20 de junho de 2015
Expedições - Misteriosa
Declaro-me… vencido.
Apesar de meus
mais viris esforços, de
minhas mais radicais forças, quem venceu
foi quem sempre vence,
prevaleceu a vontade da vida sobre a do reles
mortal. Divagar devagar
vagabundeando em meio a relações afetivas
nunca me pareceu tão
prolixo, e profundo. Engraçado, seria cômico, não
fosse verdade.
Ah… todos querem te
domar, é
inegável. Desde que se
entende por gente, quer se entender as outras
gentes e, com o tempo,
quer se as outras gentes. O que me amedronta é
a parte de ficar preso
entre seus dentes. É sempre em anos tão… difíceis,
ou importantes (ou os
dois, sendo esta a forma que parece ser-lhe de predileção)
que essa Louca decide
bater na minha porta e me chamar pra tomar um café,
ou um cappuccino - mas
sempre sem açúcar. Sem compromisso, só para perguntar
como foi meu dia. E,
claro, para aproveitar e se jogar nele também.
Como disse, cômico não?
Não, para mim não. Bem, talvez um pouco. Mas é divertido,
isso é. E o é quase tão
indubitavelmente quanto a demora de Descartes para decidir, sem
sombra de dúvidas, o que
pedir num jantar no qual o assunto ondula entre
Deus, a aplicabilidade do
Método Científico e se os vencedores, de fato, ficam ou não
com as batatas.
Mesmo assim, maravilhoso.
Será? Não importa, mas é
curioso, isso sim. É
intrigante como a natureza do homem é buscar o que
lhe é mistério,
incógnito, o que ele mais desconhece. Reside aí outra
verdade irrefutável.
Coisa de louco, diria eu. O fato é que insanidade
desequilibra,
desequilíbrio dá vertigem, vertigem dá uma queda, queda
faz cair, e ao cair… bem,
ao cair, a gravidade da situação é que irá
ditar as regras.
O caráter misterioso
dessas inexplicáveis
sensações e relações
humanas simplesmente me intrigam. Ainda mais sendo
eu um reles humano,
sujeito a sujar-se com suor e sucesso, em meio a
esforço e sofrimento,
todos somados nela: a misteriosa Sandice.
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Crônicas,
Lázaro Petrarca
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terça-feira, 16 de junho de 2015
Garoa e Baudelaire
As nuvens fecham-se em cortina
Cinzenta, em pálido dia de outono,
Cujo acorde moroso, tardio, ensina
A amplitude do prazer de se ter sono.
Porém, ainda com tudo assim,
Meu dia é elevação.
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sexta-feira, 12 de junho de 2015
Sandice?
Dúvidas e caos submetem-se à minha ordem,
Desorganizada, ofegante ébria.
No caminho entre guerra e paz, perdi-me.
Meus passos guinam e a música me guia,
Entoando avante e à direita.
Acredito ouvir uma voz conhecida...
És tu, deveras? Pudera, à esta hora!
Tu costumas vir se o lírio aflora.
Por fim, minha cara, vieste ou irás embora?
Tu me és familiarmente estranha,
Tu possibilitas o extraordinário.
Quem és, por que reveste-te em manha?
Foste embora, veio embora, irás agora?
Não te conheço, já te conheci.
Nunca te esqueço, dúbio permaneci...
E os sábios fizeram-se infantes.
Tua voz. se és tu que me vem
Repentina, na surdina, quieta,
Mas marcante e imponente, tu, tua voz
Tua voz de elixir, que me encanta,
Tua voz me espanta, faz-me existir,
E a nós todos sublimar-nos em pó!
E eu, só, te não entendo, minha cara.
Tu vem, tu vai, veio e irás.
Ah... insano, eu vou vou atrás.
Desorganizada, ofegante ébria.
No caminho entre guerra e paz, perdi-me.
Meus passos guinam e a música me guia,
Entoando avante e à direita.
Acredito ouvir uma voz conhecida...
És tu, deveras? Pudera, à esta hora!
Tu costumas vir se o lírio aflora.
Por fim, minha cara, vieste ou irás embora?
Tu me és familiarmente estranha,
Tu possibilitas o extraordinário.
Quem és, por que reveste-te em manha?
Foste embora, veio embora, irás agora?
Não te conheço, já te conheci.
Nunca te esqueço, dúbio permaneci...
E os sábios fizeram-se infantes.
Tua voz. se és tu que me vem
Repentina, na surdina, quieta,
Mas marcante e imponente, tu, tua voz
Tua voz de elixir, que me encanta,
Tua voz me espanta, faz-me existir,
E a nós todos sublimar-nos em pó!
E eu, só, te não entendo, minha cara.
Tu vem, tu vai, veio e irás.
Ah... insano, eu vou vou atrás.
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segunda-feira, 8 de junho de 2015
O Pintor
Escravo de mim mesmo, andei sobre o barranco
Cavalguei pelos mares, afundei em melancolia
Faça uma ponte sobre aquele belo por do céu
Pense em algo novo, não veja se deteriorar
Aqui, do meu lado, ninguém vê o fruto perdido
Espero por ti, talvez nos cumprimentaremos hoje
Ninguém deita na praia para louvar a lua, não a sua
Mas eu estou no mar te olhando, abaixo das ondas
Então você voltou para casa? Dentro da minha mente
Ache um lugar melhor, mas você nunca vai embora
Encontrarei novamente os enigmas de nossos corações
Não adianta voltar como era antes, não para nós
Viajamos para o por, descrevemos a vista, pegamos a curva
Quanta coisa a ser feita... transformaremos em um jardim
Eles estão aqui por você? O que fez? Transformou o céu em azul?
Não tenho tempo para me desculpar, tudo foi com o suspiro
Cada cor em seus olhos, se quer posso achá-la
Cada cor em seus olhos, se quer posso achá-la
Chuva, grama, frio, vento, escuro, silêncio
Tanta coisa para passarmos, e passou. Quem sabe você venha
Eu desenhei o horizonte, com as cordas que me restaram
Eu desenhei o horizonte, para você segurá-lo
Eu desenhei o horizonte
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sábado, 23 de maio de 2015
Paradoxo do Nada
Vermes em fezes alegres de sua glória
Estupro da criança já morta pela vida
A moça tem sua roupa rasgada na travessa
Sorriso bonito, dentes caindo, Malévola inversa
O mundo é nosso, nosso
O horizonte alegra nossos olhos
O sorriso de felicidade da adoção conquistamos
O esforço no trabalho vai e vem
A moça já passou, todos não viram, apenas olharam
A criança cresceu, e diminuiu, escureceu
Os vermes já morreram, teu grito some no arrombo
Arrombo! Porra, presta atenção
Mas o mundo é lindo
Tem tanta coisa para vermos
Vamos viver, e sentir a vida
O mundo é nosso, nosso
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domingo, 17 de maio de 2015
O Nascer
Apenas o vento frio corre pelas ruas
A luz foge das calçadas, escapa
Ela anda, sem pressa, sem destino
Ponto encruzilhada, para o tempo
O vento toca a pele, congela
Seus lábios estão trêmulos
Seus cabelos escuros,
Dançam com o vento.
O moinho roda, roda, e para
Disseste que já não há amanhã
Mas a manhã não deixa acontecer
E o crepúsculo volta teus temores
Olhos que desvendam o universo
O confunde no meio de sua nebulosa
"A senhorita não tem culpa do mundo"
Mas podemos nascer outra manhã
Surgiu, no final do vale, um pássaro
Já não cantava, seu voo parava
Pessoas o achavam belo, estátua
O vento tocava sua pena,
A dama o visitava.
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quinta-feira, 14 de maio de 2015
Tempo
Tudo desapegou. A morte me abandona aos poucos. Porque eu não consigo?! Diga-me! Não acharei resposta aqui.
Ela está sentada do outro lado. Não sei qual era a cor da roupa. Seus olhos estavam me consumindo. Eu estava jogando fogo nos meus sonhos. Não importa o quanto eu queime, o final é sempre falho. Segure-me! O ar está me torturando. Mas os olhos ainda continuam a me consumir. Não sei onde estou. Digo a ela? Digo? Nem eu sei o que dizer. Pegue minha alma. Venda. Ela quem sofre.
Passei algum tempo... não, apenas passei, acho que o tempo não estava ali, olhando-a. Depois voltei a morrer com o tempo.
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Contos,
D.O. Arghus
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Futuro do Pretérito Perfeito
Sinto-me traído pela natureza,
Pela beleza da essência.
Por universal sapiência,
Vejo-me caído, flácido e em fraqueza.
Et tu, Amare! És bruto!
Vejo tua secreta forma,
Ouço tua soturna corda,
De choro e música és fruto!
Fui, desavisado e alegre,
E sou feliz por fazê-lo;
Houve dias de frio e de febre:
Bruto, fui feliz em tê-lo.
Porém, reconciliar-me-ei:
Lúcido, digo que A amei!
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segunda-feira, 4 de maio de 2015
Faíscas no Horizonte: Encontro
Não sei se encontrarei o horizonte
O caminho está morto
O sol caiu em desgraça
E quando acontecer, tudo será uno
Tudo será triste, lúgubre, doce.
E todas as pontes desabaram
As ondas alcançaram nosso suspiro
O trono caiu em pedaços
A cabeça do rei em uma faca sem ponta
Noite já não é uma novidade para nós
E quando acontecer, tudo será uno
O barco, ainda sobre as ondas, treme
Pessoas assustadas,
Sentem o cheiro do sangue em suas mãos
Hipócritas que são o mundo
Vivem para alimentar os vermes
Meus medos se levantaram
Todos os túmulos desossados
Nada como o ontem que nunca veio
Nada como o amanhã sem existência
Nada como o mundo com gotas de esperança
Glória para a porra dos crentes
Está escorregando em nossas mãos
Está escorregando em nossas mãos
Está vendo o garoto morrer?
Está vendo seu coração sangrar?
Sangre! Curve-se! Salvo pela graça
Patético, estúpido, salvo pela graça
Cortou os pulsos, menina?
Sente melhora? Acalmou a alma?
Somos carne, somos alvo, somos a salvação
O inferno já não é novidade para nós
No final, não olhe nos meus olhos
Não olhe nos meus olhos
Olhe o horizonte, o horizonte
Sou eu, sem ser alcançado
Olhe o horizonte, o horizonte
Já estamos prontos, não?
Sente a mudança de cor em meus olhos
Vê o podre rastejar sobre as ruas?
Enxerga o sangue escorrer pelos olhos?
Queimar a pela, elevar-se
Então secaram os poços
Queimamos cidades, almas, anjos, demônios
E eles se sentiram em casa
Estou sem meus ossos
Mole, leve, verme sem alma
Alma que talvez flutua, alma que talvez seja
Ama que jamais para, para, para
Já comecei a apagar minha linhas
Não siga minha estrada, não toque
Meus olhos apodrecem, não ganham cor
Deixo dor para trás, vou para o nada
Não quero você lá, quero sua linha contínua
Alcance o horizonte, nos encontraremos
"Não há nada no ar hoje a noite"
E quando acontecer, tudo será uno
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